O setor de construção civil brasileiro enfrentou em 2024 um aumento significativo nos custos, com destaque para os gastos com mão de obra, que subiram 8,56%. De acordo com o Sinduscon-SP, esses custos representaram o maior fator de pressão, enquanto materiais e equipamentos aumentaram 5,34% e serviços tiveram alta de 3,66%. O Custo Unitário Básico (CUB) da construção paulista alcançou R$ 2.039,53 por metro quadrado em dezembro de 2024, com um aumento acumulado de 3,49% em 2023. Para 2025, as expectativas indicam novas elevações, impulsionadas por fatores como o aumento de preços no mercado global e a manutenção de juros elevados.
O setor também enfrenta dificuldades estruturais relacionadas à falta de mão de obra qualificada, com a idade média dos trabalhadores atingindo 42 anos, o que compromete a produtividade. Além disso, a escassez de jovens interessados em seguir carreiras como pedreiro e carpinteiro, que oferecem remuneração atrativa, é um desafio crescente. O modelo de contrato por produtividade, comum no setor, tem sido alvo de críticas, pois muitos pagamentos extras não são formalizados, o que configura uma prática ilegal e dificulta a fiscalização dos direitos trabalhistas.
Para enfrentar esses problemas, o setor busca alternativas como o fórum de negociações entre as entidades, que pode resultar em um plano de carreira e salários padronizado. Além disso, iniciativas como cursos em parceria com o Senai e a Secretaria Estadual de Educação visam atrair e qualificar novos profissionais, trazendo inovação e estabilidade ao mercado de trabalho. O objetivo é adaptar o setor às novas demandas e garantir melhores condições tanto para trabalhadores quanto para empregadores.