A Universidade de Brasília (UnB) foi fundada em 1962, logo após a inauguração da capital, e tem se destacado pela sua história rica e diversificada. Criada por um pedido do presidente Juscelino Kubitschek e idealizada por figuras como Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, a UnB foi construída com o objetivo de contribuir para a formação acadêmica e o desenvolvimento cultural da nova capital do Brasil. A universidade iniciou suas atividades com apenas 413 alunos e 5 cursos, e ao longo das décadas se tornou um centro de ensino superior de referência no país.
Durante o regime militar, a UnB viveu momentos de grande tensão, com várias invasões e repressões a estudantes e professores. A universidade sofreu quatro grandes invasões entre 1964 e 1977, incluindo o episódio de 1968, que ficou marcado pela violência policial e pela prisão de diversos estudantes. A luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos esteve presente na história da UnB, que também foi palco da resistência durante o regime autoritário. Entre as vítimas dessa repressão estava o líder estudantil Honestino Guimarães, cujo desaparecimento permanece uma das páginas mais trágicas da história da instituição.
Nos últimos anos, a UnB tem sido reconhecida por sua pioneirismo em questões sociais, como a implementação do sistema de cotas para negros em 2004, sendo a primeira universidade federal brasileira a adotar essa medida. O aumento significativo de estudantes negros ao longo dos anos reflete o impacto dessa política afirmativa. Além disso, a UnB também se destacou pela atuação de seu corpo docente, incluindo o economista Donald J. Harris, pai da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que lecionou na instituição durante a década de 1990. A universidade continua a ser um ícone da educação superior no Brasil, com uma trajetória marcada pela inovação, resistência e inclusão.