A Áustria enfrenta uma crise política após a renúncia do chanceler Karl Nehammer, líder do Partido Popular, motivada pelo fracasso das negociações para formar um governo de coalizão sem a participação da extrema direita. As tratativas entre os principais partidos centristas, Partido Popular e Social-Democratas, foram interrompidas devido a divergências irreconciliáveis sobre medidas econômicas e políticas, incluindo a forma de lidar com o déficit orçamentário do país. O abandono inesperado do partido liberal Neos também contribuiu para o colapso das negociações.
Diante do impasse, o presidente Alexander Van der Bellen encarregou o líder do Partido da Liberdade de formar um novo governo. Este seria o primeiro governo liderado pela extrema direita na Áustria desde a Segunda Guerra Mundial, marcando uma virada significativa na política nacional. O Partido da Liberdade venceu as eleições legislativas de 2024 com 28,8% dos votos, superando o Partido Popular, que ficou em segundo lugar. A decisão do presidente reflete a falta de alternativas viáveis após meses de negociações infrutíferas.
O próximo governo austríaco enfrentará desafios significativos, incluindo a necessidade de economizar entre 18 e 24 bilhões de euros, segundo a Comissão Europeia, além de lidar com a recessão econômica, o aumento do desemprego e o déficit orçamentário de 3,7% do PIB. A renúncia de Nehammer evidencia a dificuldade em conciliar posições divergentes em um cenário político cada vez mais fragmentado e polarizado.