Há dois anos, o Brasil presenciou um dos episódios mais marcantes de sua história recente: as invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Revoltados com o resultado das eleições, manifestantes exigiam intervenção militar e questionavam o sistema democrático. Investigação da Polícia Federal revelou que o movimento golpista começou a ser articulado muito antes, com raízes em uma insatisfação social que remonta à operação Lava Jato, ao impeachment presidencial de 2016 e à polarização crescente nos anos seguintes.
As investigações indicam a existência de planos detalhados para desestabilizar o governo, incluindo ameaças à vida de lideranças políticas e judiciárias. A radicalização ganhou força durante o governo anterior e se intensificou após a derrota eleitoral. A operação “Contragolpe”, conduzida pela Polícia Federal, revelou a participação de militares na articulação e monitoramento de autoridades, embora se reconheça que parte das Forças Armadas atuou para preservar a democracia.
O caso levanta questões sobre a politização das instituições de segurança e os desafios à estabilidade democrática. Especialistas e jornalistas apontam que o contexto político turbulento foi explorado por lideranças para inflamar sentimentos de insatisfação e mobilizar atos extremos. No entanto, há consenso de que a resistência institucional foi crucial para conter tentativas de golpe e assegurar o funcionamento do sistema democrático brasileiro.