O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vive uma crise interna marcada por atritos entre sua presidência, sob comando de Marcio Pochmann, e os servidores, representados por seu sindicato. A principal fonte de tensão é a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de direito privado destinada à gestão da inovação tecnológica dentro do instituto. A medida, implementada sem consulta aos trabalhadores, gerou críticas, principalmente em relação à possível interferência de interesses privados nas atividades do IBGE. A presidência do instituto, por sua vez, defende que a fundação foi aprovada de forma transparente e legal, rebatendo acusações de manipulação e desinformação.
Além da Fundação IBGE+, os servidores criticam outras decisões da atual gestão, como a transferência de funcionários para novas instalações e o fim do regime de trabalho remoto integral. A mudança de local de trabalho e o retorno parcial ao ambiente físico de trabalho geraram descontentamento entre os empregados, que acusam a administração de adotar uma postura autoritária. Em resposta, a presidência argumenta que essas medidas visam à economia e à melhoria das condições de trabalho, destacando a redução de custos com aluguel e manutenção de unidades.
A crise se agrava com a saída de altos dirigentes do IBGE, incluindo a diretoria de Pesquisas e a de Geociências, que, segundo fontes, pediram exoneração em razão de divergências com a gestão Pochmann. O sindicato, por sua vez, intensificou mobilizações, incluindo paralisações, em busca de mais diálogo e esclarecimentos sobre as mudanças implementadas. A presidência do IBGE, em resposta às críticas, afirmou que tomará medidas legais contra a difusão de informações falsas e que o instituto manterá seu compromisso com a ética e a credibilidade de seus dados.