O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atravessa uma crise interna prolongada, gerada por discordâncias entre a presidência e os servidores. A principal fonte de tensão é a criação da fundação de direito privado IBGE+, proposta pela gestão atual, que, segundo o sindicato dos trabalhadores, foi implementada sem consulta aos funcionários e sem discussão com a comunidade científica. A presidência do IBGE, por sua vez, defende a criação da fundação, afirmando que ela foi aprovada por unanimidade no Conselho Diretor e que sua implementação visa à inovação tecnológica dentro do instituto.
Além disso, a gestão enfrenta críticas relacionadas ao fim do regime de trabalho remoto integral, decisão que gerou protestos entre os trabalhadores, especialmente por parte daqueles que se opõem ao retorno ao modelo parcialmente presencial. O sindicato também questiona outras medidas administrativas, como a transferência de servidores para instalações do Serpro na zona sul do Rio de Janeiro. A presidência, por sua vez, justifica tais mudanças como necessárias para reduzir custos, apontando uma economia de 84% com o fechamento de uma unidade alugadas no centro da cidade, cujos recursos serão realocados para reformas em outras unidades.
A crise se agrava com a saída de dirigentes do IBGE, como a diretora de Pesquisas e a diretora de Geociências, que teriam pedido exoneração devido a desacordos com a atual gestão. O sindicato acusa a presidência de autoritarismo e de tomar decisões sem diálogo com os servidores. Em resposta, a presidência do IBGE afirmou que recorrerá à justiça para combater as críticas e desinformações que, segundo a gestão, prejudicam a credibilidade do instituto, destacando a importância de manter a ética e a metodologia rigorosa na produção dos dados estatísticos do país.