O uso de algemas em brasileiros deportados dos Estados Unidos gerou uma crise diplomática entre os dois países. No último fim de semana, 88 brasileiros foram repatriados por viverem ilegalmente nos EUA, e, ao chegarem em Manaus, o governo brasileiro soube que as autoridades americanas planejavam continuar a viagem para Belo Horizonte com os deportados algemados. O governo brasileiro reagiu rapidamente, determinando que a Força Aérea Brasileira (FAB) realizasse o transporte, sem as algemas, já que os deportados não eram prisioneiros, mas cidadãos em processo de repatriação.
O Itamaraty criticou o uso indiscriminado de algemas, argumentando que tal prática violava um acordo de 2018 entre os dois países, que garantiu tratamento digno e respeitoso a deportados. O governo brasileiro também destacou que, embora o uso de algemas seja comum durante o voo para os Estados Unidos, elas não poderiam ser mantidas após a chegada em território nacional, conforme a legislação brasileira e os princípios de dignidade humana estabelecidos pela Constituição.
A situação gerou reações não apenas no Brasil, mas também em outros países latino-americanos. A Colômbia e o México se opuseram ao tratamento dos deportados e se recusaram a receber os voos com seus cidadãos, o que resultou em sanções do governo norte-americano. A presidente de Honduras convocou uma reunião de emergência na Celac para discutir a questão migratória, destacando o impacto da situação na política internacional da região.