A chefe do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Afeganistão, Hsiao-Wei Lee, afirmou que a agência conseguiu atender apenas metade da população necessitada devido aos cortes nas ajudas internacionais e ao iminente congelamento de financiamentos dos EUA. A crise alimentar no país se intensificou desde 2021, quando o Talibã assumiu o poder, causando o congelamento da assistência ao desenvolvimento e de recursos para o setor bancário, o que levou milhões de afegãos à extrema pobreza. Muitas pessoas dependem atualmente de refeições simples, como pão e chá, para sobreviver.
Nos últimos anos, a ajuda humanitária foi fundamental para suprir as necessidades mais urgentes da população, embora os doadores tenham reduzido os repasses devido às políticas do Talibã, incluindo restrições aos direitos das mulheres. Lee relatou que cerca de 15 milhões de afegãos enfrentam escassez alimentar, com mais de seis milhões de pessoas consumindo apenas uma ou duas refeições diárias. Com o impacto de crises globais em outros países e a continuidade das restrições internas, as perspectivas para o futuro da assistência no Afeganistão são ainda mais preocupantes.
O plano humanitário para o país foi financiado em pouco mais de 50% em 2024, e as projeções indicam uma queda ainda maior no auxílio em 2025. A situação foi agravada pela pausa nas ajudas estrangeiras, determinada pelos EUA, o maior doador do PMA. Apesar das dificuldades, o Programa Mundial de Alimentos tem se esforçado para continuar atingindo a população mais vulnerável, adaptando suas ações para contornar as barreiras impostas pelo regime talibã. No entanto, a incerteza sobre o futuro da assistência alimentícia no Afeganistão permanece, e a situação de muitas famílias continua crítica.