A criônica é uma técnica que visa preservar o corpo humano logo após a morte, com a esperança de que, no futuro, o avanço da medicina possa curar doenças fatais e possibilitar a ressuscitação. Empresas como a Tomorrow.Bio, na Alemanha, oferecem esse serviço por valores elevados, em torno de US$ 200 mil, realizando a criopreservação de pacientes após a confirmação da morte legal. A expectativa é que, com o tempo, a tecnologia evolua a ponto de reverter o processo e permitir a recuperação de pessoas cujas doenças foram fatais.
Embora a técnica tenha ganhado atenção nos últimos anos, há uma divisão sobre sua viabilidade. Cientistas como Clive Coen, da Universidade Kings College London, consideram a ideia absurda, apontando os danos irreparáveis causados pela decomposição celular após a morte e questionando os benefícios da criopreservação a longo prazo. Além disso, não há evidências concretas de que humanos possam ser ressuscitados com sucesso após a criopreservação, e os poucos experimentos em animais não oferecem garantias para organismos mais complexos.
Apesar das críticas, a Tomorrow.Bio continua a expandir suas operações, com planos para se estabelecer nos Estados Unidos em 2025 e alcançar novos mercados. A criônica segue sendo parte de um movimento maior sobre longevidade e preservação da vida, embora seus custos elevados e dilemas éticos, como a possibilidade de danos cerebrais irreparáveis e a pressão sobre as famílias, permaneçam sendo pontos de debate. A promessa de um retorno à vida futura, embora ainda distante, mantém o interesse crescente entre aqueles que buscam desafiar os limites da biologia e da morte.