A pesquisa Allianz Risk Barometer, realizada pelo grupo Allianz com 3.778 gestores de risco em 106 países, identificou que os crimes cibernéticos são a principal preocupação das empresas, marcando o quarto ano consecutivo em que o tema lidera a lista. A percepção de risco cibernético aumentou significativamente nos últimos dez anos, com 38% das empresas classificando-o como sua maior prioridade. Esse crescimento reflete os rápidos avanços nas tecnologias de inteligência artificial e a maior digitalização de serviços em setores como finanças, telecomunicações e tecnologia. Além disso, a pesquisa destaca a interrupção de negócios e as catástrofes naturais como preocupações importantes, afetando principalmente as cadeias de suprimentos e setores como energia e transporte.
Embora os riscos cibernéticos ocupem o topo da lista global, outras ameaças, como mudanças climáticas e insegurança jurídica, também foram citadas com frequência. As empresas têm adaptado suas estratégias para mitigar esses riscos, utilizando ferramentas de prevenção e transferência de riscos, como seguros e ajustes em seus modelos de operação. Contudo, a pesquisa revela que o mercado de seguros para riscos cibernéticos ainda é pequeno, especialmente no Brasil, onde a maioria dos gestores indicou o risco digital como uma das principais preocupações.
No Brasil, os riscos cibernéticos são mencionados por 41% dos empresários, seguidos pelas mudanças climáticas e catástrofes naturais, que também são temas prioritários no país. O estudo destaca ainda os desafios específicos do Brasil, como a desigualdade, limitações em infraestrutura e uma cultura de curto prazo que dificultam o avanço de políticas públicas claras. Apesar disso, setores como o agronegócio e a energia renovável têm mostrado progressos significativos na gestão de riscos, apesar dos desafios estruturais e políticos. O levantamento reforça a importância de conectar a percepção de risco com ações concretas de mitigação para aumentar a resiliência das empresas.