David Duong, head global de pesquisa da Coinbase, destacou que a discussão sobre a criação de reservas estratégicas de Bitcoin (BTC) em países como os Estados Unidos e outros mercados internacionais será um dos principais impulsionadores do mercado de ativos digitais em 2025. A ideia de adicionar Bitcoin às reservas de governos ou instituições financeiras está sendo debatida em várias nações, incluindo Brasil, Chile, Alemanha e Rússia. No entanto, a implementação desse modelo depende de fatores como a volatilidade do BTC e a definição de um cronograma para sua adoção, que ainda não está claro.
No contexto corporativo, empresas como a MicroStrategy vêm adotando o Bitcoin como parte de sua estratégia de reserva de valor, possuindo atualmente cerca de 450 mil unidades da criptomoeda. No entanto, o uso de Bitcoin por grandes empresas levanta questões de segurança e de gestão de riscos, especialmente para pequenos negócios. Apesar disso, Duong acredita que a tendência de adoção de Bitcoin como ativo corporativo deve crescer com a evolução das regulamentações. Algumas grandes empresas, como Microsoft e Amazon, também estão analisando a possibilidade de alocar parte de seu caixa em BTC, embora o alto risco da criptomoeda tenha gerado resistência entre acionistas.
Além disso, a popularidade dos ETFs (fundos negociados em bolsa) de Bitcoin tem impulsionado a adoção de criptoativos por investidores institucionais e de varejo. Nos Estados Unidos, os ETFs de BTC acumularam US$ 106,8 bilhões em ativos líquidos, o que demonstra o crescente interesse por esses produtos regulados, considerados um meio mais seguro e acessível para a exposição ao Bitcoin. Duong ressaltou que, embora esses ETFs tenham sido bem-sucedidos, é importante monitorar as implicações da volatilidade do mercado cripto e as possíveis repercussões de sua adoção em larga escala.