A organização não governamental Stop Hate Brasil divulgou um levantamento sobre o aumento de bandas neonazistas no país, que utilizam o gênero black metal para disseminar mensagens de ódio contra grupos como negros, a comunidade LGBTQIAP+ e judeus. O estudo revela que existem 125 bandas, com a maior concentração em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, que já lançaram mais de 650 álbuns. Essas bandas têm se aliado a grupos neonazistas internacionais e usam plataformas como o Spotify para divulgar suas produções. Além disso, muitas delas estão ativas em um canal de propaganda extremista no Telegram, conhecido como Terrorgram, que busca recrutar novos membros para ações violentas.
O fenômeno tem gerado preocupações entre as autoridades, tanto no Brasil quanto no exterior, devido à sua crescente capacidade de influenciar jovens e incitar violência. Ciro Ferreira, um dos administradores do Terrorgram, foi incluído em uma lista de terroristas pelo governo dos Estados Unidos, o que possibilitou uma colaboração internacional entre as forças de segurança dos dois países. O delegado da Polícia Federal destacou que a identificação de indivíduos envolvidos nessa rede terrorista é fundamental para o combate ao extremismo, que continua se espalhando e atraindo novas gerações vulneráveis ao conteúdo ideológico violento.
Especialistas e representantes de diferentes entidades destacam a necessidade de medidas mais eficazes para enfrentar o discurso de ódio e proteger as vítimas. A Anistia Internacional e militantes de direitos humanos reforçam a importância de políticas públicas que combatam o extremismo e regulem as redes sociais para evitar a propagação de conteúdo violento. Plataformas como o Spotify e o Telegram, após ações de monitoramento, removeram diversos conteúdos extremistas, mas a questão segue como um desafio contínuo para as autoridades e a sociedade.