Entre 2015 e 2025, Campinas (SP) registrou um aumento de 38% na construção de apartamentos, enquanto o número de casas cresceu apenas 7% e o de terrenos diminuiu 8%, conforme dados do IPTU. Em termos absolutos, a cidade ganhou 45 mil apartamentos, 12 mil casas e perdeu 8 mil terrenos. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao processo de verticalização da cidade, com a mudança no uso do solo e a crescente demanda por moradias mais compactas e bem localizadas, especialmente nas áreas centrais, como Cambuí e Nova Campinas.
Especialistas apontam que a verticalização é uma tendência observada em muitas cidades de médio e grande porte, impulsionada por fatores como a facilidade de financiamento, o aumento da mobilidade urbana e a mudança no perfil demográfico, com famílias menores e uma maior busca por conveniência. A adaptação do Plano Diretor de Campinas, que favoreceu a construção de edifícios em áreas centrais, também foi um fator determinante para o crescimento de apartamentos. No entanto, a transição para um modelo mais verticalizado não significa o fim das casas, pois políticas urbanísticas podem equilibrar os diferentes tipos de moradia.
Apesar das vantagens da verticalização, como a otimização do espaço e a sustentabilidade, os especialistas alertam para os desafios relacionados à infraestrutura, como trânsito, transporte público e saneamento. A construção de prédios altos, como os de 40 andares, precisa ser equilibrada com contrapartidas urbanísticas, como a criação de áreas verdes e de lazer, para garantir a qualidade de vida dos moradores e a preservação das características dos bairros tradicionais. O planejamento urbano deve ser orientado para a melhoria da infraestrutura e da convivência mista de usos residenciais e comerciais.