O crédito consignado, uma modalidade popular no mercado financeiro, tem experimentado mudanças significativas devido ao aumento do teto das taxas de juros para empréstimos do INSS. Em janeiro, o Conselho Nacional de Previdência Social elevou a taxa de 1,66% para 1,80% ao mês, o que, embora ainda considerado insuficiente por algumas entidades, trouxe alívio para os gestores de fundos e bancos. A medida visa equilibrar a rentabilidade dos empréstimos consignados, mas o impacto dessa alteração tem levado instituições a rever suas estratégias, com alguns adiando ou ajustando suas operações.
Apesar do aumento, a rentabilidade do crédito consignado continua sendo uma preocupação, especialmente em um cenário econômico instável, com a inflação e a taxa Selic em constante revisão. As gestoras de fundos, que atuam principalmente por meio de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), observam com cautela a viabilidade do modelo, avaliando a inadimplência e os custos operacionais. A retração no volume de operações observada no fim de 2023, com uma queda de quase 40% em dezembro, demonstra que a oferta de crédito se tornou mais seletiva, com foco em mutuários de melhor perfil de crédito.
Embora não se configure como uma escassez generalizada, o ajuste no mercado tem afetado diretamente os planos de expansão de algumas gestoras. A análise cuidadosa da taxa de juros, aliada à estrutura de risco e retorno, é essencial para o equilíbrio das operações. Algumas gestoras, antes cautelosas, agora reavaliam suas estratégias para lançar novos produtos, com a expectativa de que a recente revisão da taxa possa trazer maior estabilidade ao setor. A tendência é que a situação evolua conforme novas discussões sobre a taxa de juros aconteçam nas próximas reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.