O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) cancelou o registro profissional de um geólogo envolvido no caso da tragédia de Brumadinho, que completou seis anos desde o rompimento da barragem da mineradora Vale. A ruptura da estrutura causou uma avalanche de rejeitos, resultando na morte de 272 pessoas e em danos ambientais e socioeconômicos significativos. O geólogo foi um dos signatários de um laudo que atestou a estabilidade da barragem, apesar de o fator de segurança calculado ter ficado abaixo do recomendado pelas normas internacionais.
A decisão do Crea-MG foi tomada com base em uma investigação ética que apontou má conduta e escândalo público, segundo a Lei Federal 5.194/1966. O profissional teve a oportunidade de apresentar defesa, mas o cancelamento do seu registro impede-o de atuar na área de sua especialização. A decisão seguiu o entendimento do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que concluiu pela infração ética. No depoimento de 2019, o geólogo afirmou que confiou na avaliação de especialistas externos e nas equipes da Vale, dado que não tinha especialização específica em barragens.
Além disso, o caso de Brumadinho segue sendo tratado no âmbito criminal, com 16 réus, incluindo membros da Vale e da consultoria Tüv Süd. O processo já passou por reviravoltas e foi federalizado em 2023. Fora do processo criminal, outras penalidades foram impostas a envolvidos em diferentes esferas, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que multou um executivo da mineradora. O Crea-MG também segue investigando possíveis implicações em outros casos relacionados ao rompimento de barragens, como o de Mariana, ocorrido em 2015.