O corte de repasses dos Estados Unidos para programas de assistência internacional está impactando diversos serviços no Brasil, especialmente aqueles voltados a imigrantes e refugiados. A suspensão de financiamentos, que afeta a Organização Internacional para as Migrações (OIM), comprometeu atividades no estado do Amazonas, exigindo que o governo brasileiro e o governo local assumissem provisoriamente os custos, como a emissão de documentos para imigrantes. A OIM, que depende principalmente de contribuições voluntárias de governos, ONGs e empresas privadas, enfrenta dificuldades com a perda de recursos americanos, prejudicando sua capacidade de fornecer suporte a populações vulneráveis.
Além disso, programas que atendem imigrantes venezuelanos, como os oferecidos pela Cáritas Brasileira em Boa Vista e Pacaraima, também foram suspensos devido à falta de repasses. Esses programas, que garantem serviços essenciais como água, banheiros e lavanderia, são financiados quase que exclusivamente pelo governo dos EUA. O corte de recursos, somado a uma reavaliação das prioridades financeiras internacionais, reflete uma postura mais agressiva do governo americano em relação aos organismos multilaterais, o que tem gerado impacto direto em ações humanitárias no Brasil e em outras partes do mundo.
A suspensão de recursos levanta questões sobre o futuro das agências internacionais e do sistema multilateral. Os Estados Unidos, maiores contribuintes do orçamento da ONU, estão reformulando suas prioridades e pressionando por um maior alinhamento com seus interesses. Especialistas alertam que esse movimento pode resultar em uma maior reavaliação das funções e da importância de organismos internacionais, além de influenciar negativamente as populações que dependem da ajuda financeira para sua sobrevivência e bem-estar.