A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) tem se destacado no mercado financeiro, principalmente pela sua política de distribuição de dividendos, o que atrai investidores em busca de rendimentos consistentes. Analistas destacam que, em 2024, a empresa superou as expectativas, oferecendo um rendimento de dividendos de 11,3%, acima da média do setor. Esse bom desempenho é atribuído à sua sólida geração de caixa, impulsionada por uma gestão fiscal eficiente e pela melhoria das operações internas. Contudo, para os próximos anos, a expectativa é mais cautelosa, com uma projeção de redução do dividend yield, devido aos altos investimentos necessários para a universalização dos serviços de saneamento até 2033 e a revisão tarifária prevista para 2025.
Embora o desempenho recente da Copasa tenha surpreendido positivamente, especialmente quando comparado ao desempenho do mercado e de outros setores, analistas do Bradesco BBI mantêm uma recomendação neutra para as ações da empresa, com uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 13,6%. O preço-alvo foi ajustado para R$ 25, refletindo uma visão moderada diante de um cenário econômico incerto. Por outro lado, o Bank of America (BofA) elevou sua recomendação para “compra”, com preço-alvo de R$ 28, devido à expectativa de uma revisão tarifária favorável, que pode gerar revisões positivas nas projeções de Ebitda da empresa.
Um tema central para os investidores é a possível privatização da Copasa, proposta pelo governo de Minas Gerais. Caso a privatização seja concretizada, as ações da empresa poderiam valorizar consideravelmente. Contudo, o processo enfrenta obstáculos políticos e regulatórios, como a necessidade de uma alteração na constituição estadual, o que torna a previsão de uma privatização no curto prazo incerta. Além disso, o plano de investimentos da Copasa, que envolve um aumento significativo no capex até 2026, pode aumentar a alavancagem da empresa e afetar sua capacidade de sustentar o pagamento de dividendos extraordinários. A instabilidade política e a possibilidade de adiamento da privatização também são fatores que geram cautela entre os analistas.