Em 2024, o Brasil registrou um déficit de US$ 56 bilhões em suas contas externas, o que equivale a 2,55% do PIB, o maior valor desde 2019. Esse resultado representa um aumento de mais de 128% em comparação com 2023, quando o déficit foi de US$ 24,5 bilhões. A principal razão para o aumento do déficit foi a queda de US$ 26,1 bilhões no superávit da balança comercial e o crescimento de US$ 9,8 bilhões no déficit de serviços. Esses fatores foram parcialmente compensados pela redução no déficit de renda primária e pelo aumento no superávit de renda secundária.
A balança comercial de bens teve um superávit de US$ 66,2 bilhões em 2024, embora tenha sofrido uma queda de 28,2% em relação ao ano anterior. As exportações de bens caíram 1,2%, enquanto as importações aumentaram 8,8%. O déficit em serviços, por sua vez, aumentou 24,7%, com destaque para o crescimento nas despesas com transportes, telecomunicações e aluguel de equipamentos. Já o déficit em renda primária foi reduzido em 5,1% comparado a 2023, refletindo uma leve melhora nos fluxos de juros.
No que diz respeito aos investimentos diretos no Brasil, o ano de 2024 viu um aumento de 13,8% nos ingressos líquidos, totalizando US$ 71,1 bilhões. No entanto, os investimentos em carteira apresentaram saídas líquidas de US$ 4,3 bilhões, resultado de um saldo negativo nas operações de ações e fundos de investimentos, parcialmente compensado pelos ingressos em títulos de dívida. As reservas internacionais do Brasil também sofreram uma queda de US$ 33,3 bilhões, fechando o ano em US$ 329,7 bilhões, devido a diversos fatores, incluindo liquidação de vendas à vista e variações cambiais.