Em 2024, o Brasil registrou um déficit nas contas externas de US$ 55,966 bilhões, o que corresponde a 2,55% do PIB, um aumento em relação ao saldo negativo de US$ 24,516 bilhões observado em 2023. Esse resultado foi impulsionado pelo crescimento nas importações e pelo aumento do déficit na conta de serviços, que somou US$ 49,707 bilhões, um aumento de 24,7% em comparação ao ano anterior. As exportações, por sua vez, caíram 1,2%, enquanto as importações subiram 8,8%. Esse cenário reflete uma maior demanda interna por bens e serviços do exterior.
Apesar do déficit, as contas correntes foram financiadas principalmente por investimentos diretos no Brasil (IDP), que aumentaram 13,8% em relação ao ano anterior, somando US$ 71,070 bilhões. Esse tipo de investimento é considerado de longo prazo e de boa qualidade, o que ajuda a mitigar os efeitos negativos do déficit. O aumento da demanda interna a partir de março de 2024 também foi um fator importante na reversão da tendência de redução do déficit, que havia sido observada nos anos anteriores.
Além disso, o Brasil experimentou um crescimento nas despesas com viagens internacionais e serviços de transporte, que contribuíram para o aumento do déficit na conta de serviços. No entanto, as receitas com turismo no país atingiram o maior valor desde o início da série histórica em 1995. As reservas internacionais do Brasil, por sua vez, diminuíram para US$ 329,730 bilhões ao final de 2024, refletindo uma redução em relação ao estoque do ano anterior.