O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibição do uso do polimetilmetacrilato (PMMA) como substância para preenchimento estético, devido aos riscos graves à saúde, como infecções, necroses e insuficiência renal. O pedido foi formalizado em reunião com a Anvisa, destacando a preocupação de entidades médicas sobre as complicações irreversíveis associadas ao uso do produto em procedimentos estéticos, como os casos de mutilações e até óbitos já registrados no Brasil.
A principal preocupação do CFM é com a aplicação do PMMA por profissionais não médicos, uma prática que vem sendo cada vez mais frequente no Brasil. Embora o produto seja aprovado pela Anvisa para usos reparadores, como na correção de sequelas de doenças e para pacientes com HIV, sua aplicação estética não é recomendada. O uso em estética, especialmente em áreas como preenchimento facial e aumento de volume corporal, pode resultar em complicações difíceis de tratar, como reações inflamatórias e alergias graves.
O CFM também destacou o cenário problemático da formação de profissionais de estética no Brasil, onde a maioria dos cursos não exige formação médica, o que tem contribuído para a prática inadequada e até ilegal de procedimentos invasivos. Em resposta a isso, foi firmado um pacto que visa fortalecer a segurança do paciente e garantir que apenas médicos habilitados realizem procedimentos com substâncias de risco, como o PMMA.