O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíba a venda do Polimetilmetacrilato (PMMA), uma substância originalmente destinada a tratamentos médicos e dentários, mas que vem sendo amplamente usada em procedimentos estéticos, como o aumento de glúteos. O PMMA tem causado reações adversas graves em diversos pacientes, especialmente em mulheres entre 30 e 50 anos. O uso do produto, que não é aprovado pela Anvisa para fins estéticos, tem levado a complicações sérias, incluindo insuficiência renal e até mortes.
A substância, que é utilizada em outras áreas da medicina, como a fixação de próteses ortopédicas e no tratamento de cicatrizes, foi incorporada nos últimos anos ao mercado de estética, gerando preocupações com a segurança dos pacientes. O CFM argumenta que existem alternativas mais seguras e modernas que podem ser usadas para tratamentos médicos e estéticos, e alerta para o risco de complicações associadas ao uso indiscriminado do PMMA, especialmente em grandes volumes, como é comum nos procedimentos de aumento dos glúteos.
A Anvisa está analisando o pedido do Conselho, enquanto a associação de fabricantes do PMMA defende que o problema não é o produto, mas o mercado clandestino. No entanto, o CFM continua a insistir na necessidade de proibir o uso do PMMA para fins estéticos, a fim de proteger a saúde dos pacientes e evitar complicações irreversíveis. A situação gerou debate sobre a regulamentação de substâncias em procedimentos estéticos e a responsabilidade das clínicas e profissionais envolvidos.