O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou, em reunião extraordinária, o aumento do teto de juros do crédito consignado para beneficiários do INSS, passando de 1,66% para 1,80% ao mês. A decisão visa ajustar a taxa à alta recente da Selic, que impactou os custos de crédito. A proposta foi aprovada com 13 votos a favor e 1 contra. Já a taxa do cartão de crédito consignado, fixada em 2,46%, permanecerá inalterada por ora, sendo discutida posteriormente. A mudança tem como objetivo manter o acesso ao crédito para os segurados do INSS, enquanto se busca preservar a saúde financeira do sistema.
O representante das instituições financeiras, Ivo Mósca, argumentou que o aumento para 1,80% não seria suficiente para cobrir os custos operacionais dos bancos e que um novo valor de 1,99% poderia melhorar a situação. No entanto, o CNPS optou por manter o período de cinco dias para ajustes nas taxas, o que, segundo o diretor Benedito Brunca, oferece previsibilidade ao mercado e alinha-se à política monetária do Banco Central. Brunca destacou que, apesar das dificuldades do setor bancário, o crédito consignado do INSS tem apresentado crescimento e uma taxa de inadimplência abaixo de 2%, o que demonstra a estabilidade dessa modalidade de crédito.
A elevação do teto ocorre em um contexto de altas sucessivas da Selic, que impactaram a rentabilidade dos empréstimos consignados. Bancos importantes, como Bradesco e Itaú, chegaram a interromper a oferta de consignado por meio de correspondentes bancários, temendo rentabilidade negativa. Apesar das pressões do setor financeiro, o Ministério da Previdência, liderado por Carlos Lupi, tem resistido à argumentação dos bancos, defendendo que a metodologia adotada pelo CNPS, baseada na Selic, é mais previsível e adequada ao momento econômico.