Dois anos após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o Congresso Nacional já restaurou 90% das obras de arte e bens culturais danificados durante as invasões ao Palácio do Planalto, ao Supremo Tribunal Federal e ao próprio Congresso. A Câmara dos Deputados investiu R$ 1,4 milhão na recuperação de 56 obras, enquanto sete peças seguem em processo de restauração, incluindo itens protocolares de outros países. Além disso, uma obra permanece desaparecida. O custo total das intervenções, que também englobaram reparos estruturais, somou R$ 2,6 milhões.
No Senado, dos 21 itens culturais danificados, apenas dois ainda não foram restaurados. Entre eles, destaca-se um painel de Athos Bulcão, que será reparado no próprio Salão Nobre, e uma pintura do século XIX que aguarda estudos específicos para recuperação. Até o momento, foram gastos R$ 320,2 mil em restaurações, com despesas totais previstas de até R$ 1,26 milhão. Medidas de segurança foram reforçadas, incluindo a troca de carpetes, reposição de vidros e inspeções mais rigorosas, elevando o custo total de recuperação no Senado para R$ 2,3 milhões.
Como forma de preservar a memória dos ataques, o Senado firmou parceria com o artista Vik Muniz, que criou uma obra utilizando destroços deixados pelos atos. Exposta em local permanente próximo ao plenário, a peça simboliza a resiliência das instituições democráticas. Enquanto o Palácio do Planalto realizará uma cerimônia para marcar a data, o Congresso optou por não planejar atividades específicas para o dia 8 de janeiro, destacando ações já realizadas no ano passado, como o evento “Democracia Inabalada”.