O conflito envolvendo a demarcação de terras indígenas na região oeste do Paraná tem raízes profundas, datando da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, entre 1973 e 1982. Durante a escolha do local para a construção da usina, centenas de hectares de terras cultivadas e áreas originalmente habitadas por indígenas foram inundados, forçando a remoção dessas populações e submergindo locais de grande importância cultural e histórica, como o Salto de Sete Quedas. Desde então, os povos indígenas e os fazendeiros disputam a posse dessas terras, o que gerou inúmeros conflitos ao longo das décadas.
Em resposta a essa tensão histórica, diversas tentativas de mediação têm sido realizadas, incluindo a criação, em 2024, de um grupo de trabalho composto por representantes de entidades de defesa dos direitos indígenas e autoridades de segurança pública. A proposta principal desse grupo é encontrar uma solução que permita à Itaipu Binacional adquirir novas terras para realocar os indígenas afetados, mas os embates na região continuam a se intensificar. Entre os episódios mais recentes, destaca-se a violência em várias ocorrências, com registros de feridos e ações como o roubo de armas da Força Nacional e o incêndio de uma residência indígena.
A situação piorou ao longo de 2024, quando novos ataques ocorreram, incluindo agressões físicas e tiroteios. O Ministério da Justiça autorizou a intervenção da Força Nacional para garantir a segurança da população local. Apesar das tentativas de negociação, os conflitos fundiários continuam a se agravar, com a disputa por território persistindo como um dos maiores desafios na região. As autoridades seguem buscando uma solução que minimize a violência e promova uma resolução pacífica para o impasse.