A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizada no Complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, enfrenta crescente insegurança devido ao domínio de facções criminosas nas comunidades ao seu redor. O Comando Vermelho controla a região de Manguinhos, enquanto o Terceiro Comando Puro (TCP) domina a Vila do João, do outro lado da Avenida Brasil. A presença dessas facções tem gerado confrontos frequentes e, na quarta-feira (8), a fundação foi invadida por traficantes em fuga, durante uma operação da Polícia Civil. O tiroteio resultou em feridos e causou transtornos em vias importantes, como as avenidas Leopoldo Bulhões e Dom Hélder Câmara, que precisaram ser interditadas.
A operação policial, que visava combater roubos e tráfico de drogas, afetou diretamente as atividades da Fiocruz. Durante o conflito, um projétil atingiu uma sala da Bio-Manguinhos, unidade da fundação dedicada à produção de vacinas. Além disso, um funcionário foi ferido por estilhaços, e outro supervisor foi detido pela polícia, acusado de colaborar com os criminosos, o que gerou críticas à ação da Polícia Civil por ter ocorrido de forma abrupta, sem comunicação com a instituição. A Fiocruz afirmou que a operação colocou em risco seus trabalhadores, alunos e a continuidade de suas pesquisas.
Como resultado da operação, várias linhas de ônibus tiveram seus itinerários desviados, afetando a mobilidade urbana e gerando mais desconforto para a população. A Rio Ônibus, responsável pelo transporte, fez um apelo para que as autoridades tomem medidas para restaurar a segurança na região, que segue sendo palco de intensos confrontos entre facções. A tensão continua a afetar tanto a segurança pública quanto o ambiente de trabalho e pesquisa da Fiocruz, que se vê no centro de um conflito territorial entre organizações criminosas.