O conflito entre duas aldeias da etnia Kaingang, localizadas no Paraná, gerou um aumento significativo de desabrigados e danos materiais. A disputa, que começou após divergências sobre lideranças, culminou em um confronto violento na madrugada de 4 de janeiro, resultando na destruição de cerca de 60 casas e no deslocamento de 350 indígenas, que estão abrigados em uma escola estadual desde então. A reunião realizada em 16 de janeiro entre as lideranças das aldeias e autoridades, como representantes da Polícia Federal e Ministério Público, não conseguiu resolver o impasse, deixando as comunidades em um impasse ainda sem solução.
O confronto teve início quando membros da aldeia Ivaí se deslocaram até a aldeia Serrinha para um conflito relacionado a máquinas agrícolas, o que provocou uma briga entre as duas aldeias. Durante a altercação, pelo menos sete pessoas ficaram gravemente feridas e várias casas foram incendiadas, forçando mais de 200 indígenas da aldeia Serrinha a deixar suas casas. As tensões se acirraram ainda mais quando a proposta de uma das aldeias de receber os desabrigados foi rejeitada pela outra, resultando na permanência de muitas famílias no abrigo temporário.
O acolhimento dos indígenas em uma escola estadual, no entanto, enfrenta prazo de encerramento, já que o local deve iniciar o ano letivo em fevereiro. As autoridades municipais destacaram que os custos para manter a população indígena no colégio têm sido elevados, sem repasses de recursos estaduais ou federais. A situação continua a ser acompanhada de perto, com a polícia investigando as causas e os responsáveis pelo conflito. A busca por uma solução pacífica e duradoura continua, mas as perspectivas de resolução imediata são incertas.