Os comerciantes brasileiros apresentaram uma queda no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) em janeiro, de 1,1% em relação a dezembro de 2024, interrompendo uma sequência de três meses de alta. O índice se manteve na zona de satisfação, acima dos 100 pontos, embora tenha registrado uma leve redução de 0,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) atribui a queda à combinação de desafios econômicos e despesas sazonais típicas do início do ano, como impostos e custos escolares.
A análise detalhada do Icec revelou que dois dos três componentes do índice apresentaram queda: o componente de avaliação das condições atuais e o das expectativas, ambos com reduções de 1,7% em relação a dezembro. A economia, os negócios e o setor foram apontados como áreas de maior pessimismo. Por outro lado, o componente das intenções de investimentos registrou um pequeno avanço de 0,2%, com destaque para o crescimento nos estoques e em investimentos na empresa, indicando que os empresários continuam confiantes no futuro, mesmo diante de um cenário desafiador.
A retração na confiança foi mais acentuada no setor de bens semiduráveis, como roupas e calçados, que sofreu uma queda de 1,8%, refletindo a cautela do consumidor pós-festas e a pressão orçamentária das famílias. Por outro lado, os segmentos de bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, tiveram um aumento de 0,7%, e os bens não duráveis, como supermercados e farmácias, registraram um pequeno crescimento de 0,3%. A CNC sugere que estratégias de promoção, prazos flexíveis e controle de estoques podem ajudar a impulsionar as vendas nos setores mais afetados.