A comunidade indígena Enawenê Nawê, localizada em Mato Grosso, está enfrentando sérios problemas no acesso a serviços de saúde devido à precariedade das instalações e à falta de infraestrutura adequada. Os membros da etnia, que praticam o seminomadismo, se deslocam frequentemente entre os municípios de Juína, Sapezal e Comodoro, o que dificulta ainda mais a implementação de projetos e o atendimento contínuo. O Distrito Sanitário Indígena (DSEI) de Cuiabá, responsável pelo fornecimento de serviços, enviou contêineres para funcionar como postos de saúde, mas estes não possuem ventilação adequada e não oferecem as condições mínimas para atendimento, além de um dos contêineres estar danificado.
A falta de recursos como materiais médicos, ambulâncias e até mesmo sistemas de refrigeração são algumas das principais queixas da comunidade. Atualmente, os atendimentos ocorrem em locais improvisados e ao ar livre, o que prejudica tanto os profissionais quanto os pacientes. Além disso, a ausência de ambulâncias em boas condições afeta o transporte de profissionais de saúde, especialmente em situações de emergência, já que as viaturas precisam de manutenção constante. A comunidade também solicita a realização de exames e tratamentos especializados nas cidades vizinhas, mas a precariedade das condições de transporte tem dificultado esse acesso.
Em resposta às queixas, o DSEI Cuiabá reconheceu os problemas enfrentados pela comunidade e destacou que está trabalhando para solucioná-los, apesar das dificuldades causadas pela mudança frequente de local das aldeias. A Secretaria Nacional de Saúde também se comprometeu a realizar uma visita ao local para avaliar as condições de atendimento e infraestrutura. Além das questões de saúde, os indígenas solicitam a construção de poços artesianos e medidas para combater uma infestação de ratos, que ameaça a saúde de quase 1.500 pessoas da etnia.