A partir de janeiro de 2025, compradores chineses de soja estão priorizando as cargas do Brasil em vez das dos Estados Unidos, motivados por receios relacionados ao agravamento das tensões comerciais com o governo de Donald Trump. Processadores chineses de soja, como parte de suas estratégias de mitigação de riscos, têm feito grandes compras de grãos brasileiros, garantindo quase toda a demanda para o primeiro trimestre de 2025. Essa mudança ocorre em um contexto de incertezas sobre possíveis tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, o que poderia impactar o comércio bilateral de soja.
A soja brasileira se destaca pela competitividade de preços, atraindo compradores em meio à expectativa de uma safra recorde no país. A cotação da soja brasileira para embarques no primeiro trimestre de 2025 está em torno de 420 dólares por tonelada, valor inferior ao preço da soja americana, que é comercializada a cerca de 451 dólares por tonelada. Além disso, o Brasil beneficia-se de um clima favorável e da desvalorização do real, o que contribui para a redução dos custos de produção, tornando a soja brasileira ainda mais atraente para a China, maior importadora mundial de grãos.
Em 2024, as importações chinesas de soja dos Estados Unidos apresentaram uma queda significativa, enquanto a participação do Brasil aumentou consideravelmente. A tendência deve continuar, com os processadores chineses optando pela soja brasileira para atender a uma demanda crescente. No entanto, um analista prevê que, devido ao excesso de oferta de soja importada, as importações no primeiro trimestre de 2025 devem diminuir em relação ao ano anterior. Mesmo assim, a demanda por soja brasileira segue firme, com compradores privados focados em garantir estoques antes de um possível aumento das tarifas por parte de Washington.