Os voos de deportação dos Estados Unidos para o Brasil têm sido uma prática constante, com brasileiros frequentemente sendo transportados em aviões fretados, muitas vezes algemados, em conformidade com a política do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA). Apesar de protestos diplomáticos contra o uso indiscriminado de algemas, as autoridades americanas defendem essa medida como necessária para garantir a segurança durante o voo. No entanto, um incidente recente, em que brasileiros foram desembarcados em Manaus ainda algemados, gerou críticas. A situação foi ainda mais agravada por problemas no sistema de ar condicionado da aeronave, resultando em desconforto para os passageiros.
Não existe um acordo formal entre os governos do Brasil e dos EUA para regulamentar as deportações, sendo as negociações baseadas em trocas diplomáticas e notas oficiais. Em 2021, o Brasil contestou o uso de algemas, argumentando que os deportados não haviam cometido crimes no país. Contudo, em conversas recentes entre diplomatas, ficou claro que a administração de Trump, embora tenha dado continuidade a práticas já estabelecidas, não modificou substancialmente os procedimentos para os voos de deportação. A falta de um acordo bilateral formal e a inexistência de menção sobre o uso de aviões militares para repatriações também foram pontos discutidos.
A administração Trump, assim como a anterior, pode intensificar as deportações, com uma possibilidade de aumento no número de voos. A ideia de três voos semanais já foi sugerida, mas não implementada plenamente durante o governo Biden. Com as recentes operações de imigração nos EUA, a deportação de brasileiros sem histórico criminal se tornou mais frequente, o que gera preocupações sobre os impactos para os imigrantes. Além disso, Trump anunciou planos de usar a prisão de Guantánamo para abrigar imigrantes indocumentados, o que gerou controvérsia e não é visto como uma medida viável por especialistas.