A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro, iniciada nesta terça-feira (28), marca o primeiro encontro sob a presidência de Gabriel Galípolo, que assumiu a liderança do Banco Central no início do ano. A expectativa do mercado é de que o comitê aumente a taxa Selic em 1 ponto porcentual, passando de 12,25% para 13,25%. Essa decisão segue o forward guidance, que já havia previsto o aumento da taxa nas reuniões de dezembro e janeiro. No entanto, a grande dúvida dos economistas é sobre os sinais para a reunião de maio, com a preocupação de que o BC não indique uma trajetória clara de altas sucessivas.
Desde o encontro anterior, as projeções para a inflação de 2025 e 2026 sofreram ajustes, refletindo o impacto da inflação de serviços e o comportamento do câmbio. A perda de força do dólar frente ao real e os sinais de desaceleração da economia indicam um cenário mais desafiador para o Banco Central, o que pode levar a revisões nas estimativas de inflação e Selic para os próximos anos. Além disso, as expectativas para o Copom indicam um possível aumento das projeções de inflação para 2025, com números que variam entre 4,50% a 5,20%, dependendo da instituição consultada.
A reunião também é histórica, pois é a primeira com uma maioria de diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o início de janeiro, novos diretores ocuparam posições chave dentro do Banco Central, substituindo os nomes do governo anterior. A composição do Copom passou a contar com a maioria de indicados pelo atual governo, com apenas dois membros remanescentes do governo de Jair Bolsonaro. As mudanças podem trazer novas direções para a política monetária, dependendo das estratégias e posicionamentos de cada integrante no comitê.