O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá na próxima quarta-feira, 29 de janeiro, com a expectativa de aumentar a taxa de juros para 13,25% ao ano. Essa será a primeira reunião sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva. O aumento de juros visa combater a inflação, que tem pressionado especialmente os preços de alimentos e energia elétrica. O Brasil está atualmente com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, refletindo o esforço para controlar o aumento dos preços. Analistas preveem que a taxa continue subindo ao longo do ano, podendo alcançar 15% até junho, o maior patamar desde 2006.
O aumento da Selic é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central para controlar a inflação, que, em 2024, deve superar o teto da meta de 4,5%. O país enfrenta pressões inflacionárias devido a fatores internos, como a alta da atividade econômica e o mercado de trabalho em recuperação, além de fatores externos como o câmbio e os efeitos de políticas fiscais. A expectativa é de que o Brasil tenha dificuldades para atingir a meta de inflação de 3% no curto prazo, com previsões de inflação em 5,08% para 2025. Embora o Banco Central continue a ajustar as taxas conforme as projeções, analistas alertam para os riscos de uma política monetária muito agressiva.
O setor produtivo tem expressado preocupação com o impacto das altas sucessivas da Selic sobre a economia, especialmente sobre as pequenas e médias empresas, que enfrentam um custo de crédito elevado. Representantes de entidades como a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) argumentam que juros altos podem prejudicar ainda mais a competitividade e o crescimento sustentável. Eles defendem uma abordagem mais equilibrada que combine controle fiscal com estímulos à economia para evitar uma desaceleração muito acentuada.