Na próxima quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá para decidir sobre a taxa de juros, com expectativa de elevação para 13,25% ao ano. A decisão ocorre em um cenário de inflação ainda pressionada, o que tem levado analistas a preverem novas altas no decorrer de 2025. A atual taxa de 12,25% foi atingida após quatro aumentos consecutivos, colocando o Brasil entre os países com os juros reais mais altos do mundo. A expectativa é de que a Selic alcance 15% ao ano até junho, o nível mais alto desde 2006.
A alta da taxa de juros é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, que, atualmente, está acima das metas estabelecidas. A inflação de 2024 já ultrapassa o teto da meta, com fatores como seca, preços elevados de alimentos e a alta do dólar impactando os custos. O cenário também reflete a robustez da atividade econômica, especialmente no mercado de trabalho, que tem mostrado resiliência. As previsões para a inflação nos próximos anos apontam para níveis superiores à meta central de 3%, que o Banco Central visa alcançar, o que justifica a necessidade de novos aumentos na taxa.
No entanto, a elevação dos juros gera preocupações no setor produtivo, especialmente entre pequenos e médios empresários, que enfrentam custos elevados de crédito. Representantes da indústria expressaram receio de que o aumento da Selic prejudique ainda mais a competitividade e a capacidade de investimento das empresas. Além disso, algumas análises sugerem que o nível atual de juros já é suficiente para conter a inflação, apontando que o Brasil está há 36 meses em uma política monetária contracionista. Para esses críticos, um choque adicional na taxa de juros poderia causar mais danos do que benefícios para a economia como um todo.