A obesidade, considerada uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, incluindo uma parcela crescente de crianças e adolescentes. Tradicionalmente, o índice de massa corporal (IMC) tem sido o principal indicador para o diagnóstico da obesidade, mas ele não distingue entre gordura e massa muscular, nem reflete o estado de saúde individual. Como alternativa, uma comissão internacional de especialistas sugeriu novas diretrizes para o diagnóstico da obesidade, que incluem medidas adicionais, como a circunferência da cintura e a medição direta da gordura corporal, visando uma abordagem mais precisa e personalizada.
A nova proposta sugere a definição de dois tipos de obesidade: a obesidade pré-clínica, onde a pessoa apresenta excesso de gordura mas sem comprometer suas funções orgânicas, e a obesidade clínica, caracterizada por limitações nas atividades diárias e problemas de saúde. A intenção é tornar o diagnóstico mais eficiente e possibilitar terapias mais adequadas e específicas, especialmente para crianças e adolescentes, cuja obesidade pode evoluir para sérios problemas de saúde, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Contudo, a proposta gerou divisões na comunidade médica. Alguns médicos defendem que a nova definição poderia melhorar o atendimento e o tratamento, pois considera mais fatores do que o IMC isolado, enquanto outros alertam que a medida poderia gerar confusão, dificultando a aceitação por planos de saúde e criando uma falsa percepção de que a obesidade está diminuindo. A discussão continua sendo relevante, dado o impacto da obesidade na saúde pública e a necessidade de tratamentos mais eficazes e acessíveis para todos os pacientes.