Em 2024, as importações da indústria têxtil brasileira totalizaram US$ 6,641 bilhões, um aumento de 14,7% em comparação com o ano anterior. Esse crescimento se reflete na crescente dependência de produtos estrangeiros, enquanto as exportações caíram para US$ 909 milhões, registrando uma queda de 4,9% em relação a 2023. Como resultado, a balança comercial têxtil ficou negativa em US$ 5,7 bilhões, marcando uma piora de 15,7% em comparação ao saldo negativo do ano anterior.
Entre os fatores que explicam esse cenário, o presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, destacou o aumento dos custos de produção no Brasil, o impacto da alta do dólar, e os juros elevados. Embora a valorização da moeda americana favoreça as exportações, ela também eleva os custos de insumos essenciais, como máquinas e matéria-prima, resultando em uma pressão sobre a competitividade do setor. Além disso, a crescente concorrência de países asiáticos, como a China, tem dificultado a manutenção de uma participação significativa do Brasil no comércio global.
No entanto, a Abit vê oportunidades de recuperação para o setor em 2025, com as expectativas positivas em relação ao acordo entre Mercosul e União Europeia. A eliminação de tarifas para 97% dos bens manufaturados pode impulsionar as exportações brasileiras, aumentar os investimentos e gerar novas vagas de emprego. Pimentel acredita que o tratado trará um estímulo ao setor produtivo nacional, incluindo melhorias tecnológicas e no fomento à produção local.