A cobrança indiscriminada de tanatopraxia pelas concessionárias do serviço funerário em São Paulo tem gerado denúncias de abuso contra famílias em momentos de fragilidade. O procedimento, que deveria ser opcional e indicado apenas em casos específicos, como translados acima de 250 km ou velórios prolongados, tem sido apresentado como obrigatório, com valores que chegam a R$ 4.900. O prefeito Ricardo Nunes afirmou que as empresas poderão ser multadas ou descredenciadas caso as denúncias sejam confirmadas, orientando os cidadãos a registrar queixas pelo portal SP156.
Casos relatados incluem cobranças para serviços em situações que não exigem tanatopraxia, como sepultamentos em caixões fechados de bebês natimortos, além de categorias de serviço criadas pelas empresas com valores superfaturados. Especialistas destacam que a prática é ilegal e abusiva, com o custo médio da tanatopraxia em cerca de R$ 400. A SPRegula, agência fiscalizadora, tem sido criticada por sua omissão diante dessas práticas, enquanto as concessionárias defendem que os serviços são previamente informados e autorizados pelos clientes.
A falta de fiscalização adequada reflete a mudança no gerenciamento do serviço funerário, agora voltado para o lucro, em contraste com a lógica anterior de proteção ao cidadão. Experiências de outros municípios, como Curitiba, mostram que regulamentações mais rígidas podem evitar abusos, estabelecendo critérios claros para a cobrança de tanatopraxia e penalizando práticas inadequadas. Especialistas e parlamentares defendem maior atenção ao tema, incluindo a possibilidade de criação de uma CPI para investigar as denúncias em São Paulo.