Uma clínica de estética em Goiânia está sendo investigada por realizar procedimentos que resultaram em sérias lesões físicas e psicológicas em dezenas de pacientes. Mais de 60 pessoas procuraram a polícia para denunciar irregularidades e danos irreversíveis após se submeterem a tratamentos estéticos no local. Entre os casos relatados estão deformações faciais, cicatrizes e complicações graves como necrose. As vítimas afirmam que os procedimentos, além de realizados sem a devida qualificação profissional, usaram substâncias inadequadas, como óleo industrial e PMMA, substâncias que não seriam permitidas em tratamentos estéticos.
A investigação começou após a denúncia de uma paciente e revelou a atuação de uma organização criminosa que operava a clínica sem a infraestrutura e licenciamento adequados. Os procedimentos eram realizados em condições insalubres, com falta de esterilização e o uso de equipamentos inadequados. A clínica cobrava valores muito abaixo do mercado, o que atraiu grande número de clientes. Contudo, os resultados dos procedimentos foram desastrosos para muitos, que agora enfrentam complicações médicas e financeiras significativas. As vítimas, em muitos casos, estão buscando tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) para reparar os danos causados.
O casal responsável pela clínica foi preso em dezembro de 2024 e está sendo investigado por crimes como organização criminosa e lesão corporal grave. Embora a defesa do casal afirme que os procedimentos sempre foram realizados com respeito e cuidado, alegando que algumas complicações ocorreram devido ao descumprimento das orientações pós-cirúrgicas por parte dos pacientes, a polícia segue aprofundando a investigação. As autoridades afirmam que a clínica, que funcionava em Goiânia e Anápolis, operava de forma irregular e sem a supervisão necessária, colocando em risco a saúde e bem-estar dos pacientes.