O ano de 2024 foi marcado por condições climáticas extremas no Brasil, com calor intenso, seca prolongada e enchentes, que afetaram diretamente a produção de alimentos essenciais, como café, carne, leite e laranja. Esses fatores impulsionaram uma inflação de 7,69% para alimentos e bebidas, muito superior aos 1,11% registrados no ano anterior. Os preços do café e da carne, por exemplo, subiram de forma expressiva, com o café alcançando um aumento de 39,6% e a carne, 20,8%. A produção de café enfrentou dificuldades devido a intempéries passadas, como geadas e ondas de calor, e a crise internacional também ajudou a elevar a demanda.
Enquanto isso, alguns alimentos apresentaram queda de preço, como a cebola e o tomate, que se beneficiaram das variações climáticas. A seca ajudou a aumentar a produtividade dessas culturas, resultando em uma redução nos preços, com a cebola apresentando uma queda de 35,3% e o tomate de 25,8%. A escassez de água e a falta de chuvas em outras regiões também afetaram a oferta de leite, que teve uma alta de 18,8% em relação ao ano anterior, devido à baixa produção em anos anteriores e a maior demanda do consumidor.
O impacto do clima nas produções agrícolas e pecuárias afetou principalmente o setor de proteínas, com destaque para a carne bovina, cujos preços subiram devido à queda na oferta de bois, ao clima adverso e ao aumento das exportações. De acordo com especialistas, não há expectativa de queda nos preços desses produtos no curto prazo, e as projeções indicam que o cenário de preços elevados pode continuar até 2026.