O cineasta Rodrigo Giannetto, responsável pelo documentário “O Grito”, que aborda as condições do sistema carcerário brasileiro, está sendo investigado após uma viagem à Europa entre 6 e 24 de outubro de 2024. As passagens, no valor de R$ 18.350, teriam sido compradas por um indivíduo supostamente ligado a uma facção criminosa. As investigações da Polícia Civil de São Paulo indicam que as passagens foram adquiridas por Kauê do Amaral Coelho, acusado de envolvimento com o PCC e em um assassinato de um empresário. Giannetto, por sua vez, nega qualquer ligação com a facção e afirma que a viagem foi realizada para sua participação em um festival de cinema.
A viagem do cineasta incluiu destinos como Palermo, na Itália, e Londres, no Reino Unido. Embora Giannetto tenha negado qualquer envolvimento com atividades criminosas, o caso foi incorporado à investigação da operação Fake Scream, que investiga uma ONG com supostas conexões com o PCC. A operação também está ligada ao nome do documentário de Giannetto, que visa criticar o sistema penitenciário e dar voz a familiares de integrantes de facções como o PCC e o Comando Vermelho.
O caso gerou atenção de várias empresas e organizações envolvidas, como a Netflix, que esclareceu que não teve participação no financiamento ou na produção do filme. Giannetto também se pronunciou sobre o processo de sua ida ao festival, mencionando que foi orientado a procurar uma agência de viagens para organizar a viagem, sendo informado posteriormente que as passagens já haviam sido pagas. O inquérito e os desdobramentos continuam em andamento, com o cineasta ainda sem resposta oficial da sua parte até o momento da publicação.