Larry Schlesinger, médico e cientista, alerta sobre a importância de investigar as enfermidades causadas por vírus, bactérias e parasitas, destacando que essas condições infecciosas podem desempenhar um papel relevante no agravamento de doenças crônicas, como câncer, diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Em um artigo recente, Schlesinger compartilhou sua experiência pessoal com o câncer de boca, identificado como resultado de uma infecção por HPV, vírus contraído anos antes da disponibilidade da vacina que previne grande parte dos casos de câncer associados a essa infecção. Embora ele esteja em remissão, Schlesinger defende que a conexão entre doenças infecciosas e crônicas precisa ser reconhecida e aprofundada.
O autor enfatiza que a pesquisa sobre o vínculo entre infecções e o surgimento de doenças crônicas é recente, mas que já há evidências significativas de que infecções como as causadas pelo vírus Epstein-Barr, a bactéria Helicobacter pylori e protozoários como o Trypanosoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas, estão associadas a condições graves como câncer, doenças autoimunes e insuficiência cardíaca. A Associação Americana para a Pesquisa do Câncer estima que 13% dos casos de câncer no mundo possam ter origem em infecções, um dado que reforça a importância de priorizar essa linha de investigação.
Além disso, Schlesinger alerta para o impacto da inflamação crônica, frequentemente desencadeada por infecções, como um fator crucial no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer. Ele cita o exemplo da Covid longa, uma condição que afeta muitos sobreviventes da doença, causando sintomas debilitantes como fadiga e dificuldades cognitivas. A mensagem central de Schlesinger é que o estudo das doenças infecciosas e sua relação com condições inflamatórias crônicas é essencial para a saúde pública, especialmente diante do aumento de casos e das constantes ameaças de novas infecções.