A cidade de São Paulo enfrentou um dia de caos em 24 de janeiro, com fortes chuvas que causaram alagamentos em várias áreas, incluindo ruas, estações de Metrô e bairros como Santana e Pompeia. O evento, que resultou no maior volume de chuva desde 1961, causou uma série de danos, como carros ilhados e casas invadidas pela água. Apesar das graves consequências, o prefeito afirmou que a cidade estava preparada e que não havia soluções imediatas para conter a força da água. No entanto, especialistas apontam que medidas preventivas poderiam ter minimizado os danos, dada a crescente intensidade das chuvas e as mudanças climáticas.
O sistema de drenagem da capital paulista, segundo especialistas, é insuficiente para lidar com as chuvas cada vez mais intensas e repentinas. A impermeabilização do solo e a falta de áreas verdes contribuem para o escoamento rápido da água, o que sobrecarrega a infraestrutura. Além disso, o aumento de áreas impermeabilizadas, como asfalto e calçadas, acelera o processo de alagamento, comprometendo o funcionamento de um sistema de drenagem que já não atende mais às necessidades do clima atual. A cidade também sofre com o fenômeno da “ilha de calor”, que intensifica as tempestades locais.
A resposta do poder público tem sido foco de críticas, especialmente em relação às obras planejadas, como os piscinões, que são considerados por especialistas como soluções limitadas. Em contrapartida, alternativas como parques lineares e sistemas de captação de água da chuva nos imóveis são apontadas como estratégias mais eficazes para reduzir os impactos das enchentes. Além disso, investimentos em prevenção e estudos sobre vulnerabilidades de áreas mais afetadas por inundações são essenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger a população, especialmente as mais vulneráveis.