A China reportou um crescimento econômico de 5% em 2024, superando a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que esperava uma expansão de 4,8%. O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, classificou esse desempenho como uma surpresa positiva, destacando o impacto de medidas fiscais adotadas pelo governo chinês. Em relação aos próximos anos, a organização elevou levemente suas projeções, prevendo um crescimento de 4,6% para 2025 e 4,5% para 2026.
Apesar da recuperação observada em 2024, o FMI alertou que a China ainda enfrenta desafios estruturais, especialmente em relação à demanda interna. Embora tenha havido uma recuperação nas exportações e alguns setores da economia, o consumo interno continua abaixo das expectativas, o que limita a capacidade de um crescimento sustentável de longo prazo. O FMI tem reforçado essa necessidade com as autoridades chinesas há algum tempo, mas os resultados ainda são modestos.
O cenário global também exerce pressão sobre a economia chinesa, com desafios no comércio internacional e nas cadeias de suprimentos. Além disso, a necessidade de reforçar o poder de compra da população é uma questão central, já que, embora o valor do salário mínimo tenha apresentado alta real, o poder aquisitivo geral deve seguir estagnado até 2026. Isso coloca a China em uma posição delicada, onde os esforços fiscais precisam ser equilibrados com estímulos eficazes ao consumo interno para garantir um crescimento mais robusto e sustentável.