Em 2024, a China enfrentou o ano mais quente desde o início dos registros meteorológicos comparáveis, com uma temperatura média nacional de 10,92°C, mais de 1°C acima de 2023. Este é o segundo ano consecutivo em que a nação quebra recordes de temperatura. Dados mostram que todos os dez anos mais quentes desde 1961 ocorreram no século 21, refletindo um claro padrão de aquecimento acelerado. O aumento das temperaturas foi particularmente notável em Xangai, que registrou a temperatura mais alta desde o início dos registros meteorológicos da cidade em 1873, com média de 18,8°C.
O calor extremo, combinado com chuvas mais intensas e tempestades frequentes, resultou em uma pressão crescente sobre o consumo de energia da China, a segunda maior economia mundial. As mudanças climáticas também afetaram a agricultura, especialmente nas regiões sul, onde o cultivo de arroz foi comprometido. Como resposta, o país iniciou pesquisas para adaptar suas culturas agrícolas ao calor crescente, reconhecendo a necessidade de alternativas para evitar uma queda no rendimento das colheitas nos próximos anos.
O relatório da ONU, divulgado em outubro de 2024, alerta que, com as políticas climáticas atuais, o mundo pode enfrentar um aumento de até 3,1°C nas temperaturas globais até 2100, o que tornaria os fenômenos climáticos extremos mais frequentes. A situação na China reflete um desafio global crescente, exigindo ação urgente para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a segurança alimentar e energética a longo prazo.