A China está construindo uma instalação de pesquisa em fusão nuclear na cidade de Mianyang, no sudoeste do país. O centro será 50% maior que o National Ignition Facility (NIF), localizado nos Estados Unidos, e terá um impacto significativo tanto no desenvolvimento de armas nucleares quanto em novas fontes de energia. A construção, que conta com quatro estruturas conectadas à região central do núcleo, visa avançar na compreensão da fusão nuclear, um processo que libera grandes quantidades de energia a partir da união de núcleos atômicos pequenos. Especialistas apontam que esse tipo de pesquisa pode melhorar a confiabilidade de armas nucleares e facilitar o desenvolvimento de novas bombas, sem a necessidade de testes.
Além das possíveis aplicações militares, a fusão nuclear oferece perspectivas para uma nova fonte de energia limpa e renovável. Cientistas dos Estados Unidos conseguiram realizar apenas duas vezes a produção de energia por fusão, enquanto os avanços no centro chinês podem permitir o desenvolvimento de uma alternativa aos combustíveis fósseis, o que representaria um marco na busca por soluções energéticas sustentáveis. O aumento da produção de energia por fusão superaria qualquer outro método conhecido atualmente, tornando-se uma opção viável para o futuro energético global.
O investimento chinês em fusão nuclear também reflete um movimento estratégico para reduzir a dependência de pesquisas internacionais, especialmente aquelas originadas nos Estados Unidos. Com isso, a China busca fortalecer suas capacidades em energia e tecnologia, além de consolidar sua posição no cenário internacional como líder em inovação científica e tecnológica.