Em 2024, as exportações da China para o Brasil tiveram o maior crescimento na balança comercial chinesa, com um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Esse desempenho reflete a busca da China por mercados alternativos após a incerteza gerada pela guerra tarifária com os Estados Unidos. O Brasil, além de ser um importante parceiro comercial, também se destaca como destino estratégico para os produtos chineses, que abrangem desde tecnologia até infraestrutura. A China, com sua produção massiva de bens manufaturados, tem priorizado a expansão de seus mercados, já que o consumo interno não é suficiente para absorver toda a produção.
O Brasil tem se beneficiado dessa relação, com empresas brasileiras se aproximando de fornecedores chineses para reduzir custos e melhorar a competitividade. A mudança no conceito sobre a qualidade dos produtos “made in China” é um reflexo da evolução na tecnologia, automação e complexidade da manufatura chinesa, o que altera a percepção de que esses produtos são de baixa qualidade. Além disso, o comércio entre os dois países é facilitado por adaptações culturais e logísticas, com algumas empresas brasileiras ajustando suas operações para lidar com o fuso horário e as especificidades do mercado chinês.
A presença crescente da China na América Latina, e especialmente no Brasil, não se limita ao comércio. A China também busca fortalecer sua influência geopolítica e geoeconômica na região, especialmente com investimentos em áreas como infraestrutura e telecomunicações. O Brasil, como líder em importações de produtos chineses, se vê em uma posição vantajosa, podendo equilibrar seus interesses com os Estados Unidos e a China, sem precisar optar por um único bloco. Isso coloca o Brasil em uma posição estratégica no cenário global, com potencial para aproveitar as vantagens de sua relação com ambas as potências econômicas.