Em 28 de janeiro de 2004, uma emboscada na zona rural de Unaí, em Minas Gerais, resultou na morte de quatro pessoas, incluindo três auditores fiscais do trabalho e um motorista. O crime foi encomendado por um empresário local, e inicialmente tinha como alvo um dos fiscais, conhecido por seu trabalho de fiscalização de condições de trabalho análogas à escravidão. Contudo, os assassinos acabaram matando todos os envolvidos na operação, um ato que, segundo especialistas, reflete a violência contra as ações do Estado no combate ao trabalho forçado e a desigualdade social na região.
Após o assassinato, a investigação revelou que o assassinato foi motivado por questões além da fiscalização, com ênfase no fato de que o fiscal de trabalho era um homem negro que atuava em uma área predominantemente branca e com forte poder político e econômico. A reação dos mandantes do crime indicou que a presença de um auditor negro cobrando respeito aos direitos dos trabalhadores foi um dos principais fatores para o assassinato. A violência revelou as profundas divisões sociais e raciais ainda presentes no campo.
A chacina de Unaí teve um impacto significativo na forma como a fiscalização do trabalho é conduzida no Brasil. A partir do incidente, protocolos de segurança foram modificados para proteger auditores e trabalhadores em situações de risco, com a colaboração de forças policiais para garantir maior segurança durante operações no campo. A mudança de procedimentos reflete uma tentativa do governo de enfrentar as ameaças à integridade de seus servidores e combater eficazmente as práticas de exploração laboral nas áreas mais vulneráveis do país.