O professor de direito internacional Salem Nasser analisa a promessa de cessar-fogo na Faixa de Gaza, prevista para o próximo domingo (19), destacando que esse acordo não deve interromper o projeto de expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, que continuam sendo uma prioridade para o governo de Israel. De acordo com Nasser, a contrapartida do cessar-fogo pode ser o avanço da colonização da Cisjordânia, em um cenário onde a solução de dois Estados, defendida pela maioria da comunidade internacional, parece cada vez mais distante.
Nasser argumenta que a proposta da “Grande Israel”, que envolve a expansão do território israelense até regiões como o Egito e a Jordânia, ainda encontra apoio entre setores radicais dentro de Israel, apesar de não ser amplamente defendida pelo governo. Esse movimento, que visa consolidar a presença israelense na Cisjordânia, pode ser visto como uma resposta às pressões internas, principalmente de partidos de extrema-direita, que desejam mais controle sobre essa área estratégica.
Por fim, o especialista sugere que, embora o cessar-fogo seja uma aparente concessão, ele pode ser temporário, com uma possível intensificação das ações na Cisjordânia. Nasser também questiona a viabilidade de uma solução de dois Estados, dado o atual impasse político e militar. Com o contexto regional ainda instável e as tensões envolvendo países como o Irã e a Turquia, o futuro da região permanece incerto, com os palestinos mantendo sua luta por um Estado independente, enquanto as potências globais tentam reverter os danos da guerra.