Em meio à instabilidade econômica, os fundos de índice (ETFs) têm mostrado um crescimento significativo no Brasil, com o patrimônio do ativo alcançando R$ 54 bilhões e mais de 700 mil investidores, conforme dados da B3. Bruno Barino, CEO da BlackRock Brasil, destacou que, apesar da oferta crescente desses fundos no país, o ecossistema em torno deles precisa de mais desenvolvimento para potencializar seu crescimento. Para ele, é fundamental um maior trabalho de educação voltado aos assessores de investimentos, que, ao entenderem a correlação de ativos e as vantagens dos ETFs, poderão ampliar seu uso e a oferta aos investidores.
O exemplo do ETF de Bitcoin da BlackRock nos Estados Unidos foi utilizado para ilustrar como a mudança regulatória pode impactar positivamente o crescimento desses fundos. Barino destacou que, com a mudança nas regulamentações, o ETF de Bitcoin teve uma expansão significativa, pois os investidores passaram a perceber o valor e o potencial desse ativo de forma mais clara. Assim, o crescimento dos ETFs no Brasil está diretamente ligado à maior compreensão dos assessores e dos investidores sobre suas vantagens, o que ajudaria a solidificar sua presença no mercado.
Danilo Gabriel, gestor da XP Asset, também mencionou os desafios enfrentados pelos ETFs no Brasil, destacando a necessidade de ajustes na remuneração da cadeia de distribuição e a promoção de mais conteúdo educacional sobre o tema. Gabriel apontou que, embora eventos existam, ainda há pouca disseminação de informações sobre ETFs no país, o que dificulta o envolvimento dos investidores. O fortalecimento desse ecossistema está em andamento, e a XP, que entrou nesse mercado em 2020, já sente os benefícios do crescimento contínuo dessa modalidade de investimento.