Nos últimos dias, a questão das deportações de imigrantes pelos Estados Unidos gerou tensões diplomáticas com países da América Latina, incluindo Brasil e Colômbia. O governo brasileiro expressou indignação com o tratamento de 88 cidadãos brasileiros deportados, que foram transportados algemados, contrariando acordos bilaterais sobre a dignidade no processo de repatriação. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que cobrará explicações do governo dos EUA sobre a violação desses termos, enquanto o governo colombiano se recusou a receber deportados e anunciou tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos.
Em resposta às controvérsias envolvendo a migração, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, convocou uma reunião urgente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para o dia 30 de janeiro. O encontro visa discutir, entre outros temas, as implicações da política migratória dos Estados Unidos na região. A reunião foi convocada a pedido do presidente colombiano, Gustavo Petro, que também participará do evento. O Brasil, membro da Celac, ainda deve definir a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no encontro, que ocorrerá em Tegucigalpa, capital de Honduras.
A Celac, criada oficialmente em 2011, tem como objetivo promover a integração e a coordenação política, econômica e social entre os países da América Latina e Caribe. O bloco tem sido um importante fórum para discussões regionais, incluindo temas como a autonomia regional, o desarmamento nuclear e a cooperação em áreas como energia e meio ambiente. O Brasil, que havia se retirado da organização durante o governo anterior, voltou a integrar o grupo, reforçando sua participação nas discussões multilaterais da região.