A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) convocou uma reunião de emergência para discutir a crescente onda de deportações de imigrantes nos Estados Unidos, sob a gestão do novo governo. A reunião, marcada para quinta-feira (30), foi solicitada por Honduras, que preside o bloco de 33 países da região. A agenda do encontro incluirá três tópicos principais: migração, meio ambiente e a unidade latino-americana e caribenha. A reunião será híbrida, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está avaliando sua participação, com a possível presença do chanceler Mauro Vieira em Honduras.
No contexto das deportações, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se opôs ao envio de colombianos deportados pelos Estados Unidos e anunciou que seu país enviaria uma aeronave própria para recolher os imigrantes. Como resposta, o governo norte-americano aplicou tarifas de importação de 25% sobre produtos colombianos e suspendeu a emissão de vistos para cidadãos colombianos. Petro, por sua vez, adotou medidas retaliatórias, aumentando tarifas sobre produtos americanos e utilizando as redes sociais para criticar a postura de Donald Trump.
O Brasil, após se reintegrar à Celac em 2023, também está observando de perto os desenvolvimentos. O governo brasileiro, por enquanto, tem se manifestado por meio do Itamaraty e do Ministério da Justiça, sem declarações públicas de Lula sobre as deportações de brasileiros. A reunião da Celac tem o objetivo de coordenar uma resposta regional frente às políticas migratórias adotadas pelo governo dos EUA.